domingo, 19 de agosto de 2012

Notícias do Departamento de Testes

Esse departamento tem estado quietinho, né? É que o "funcionário" em questão também atua em outros departamentos (cuidado com as crianças e a casa, aulas de patchwork, etc!) e a verba anda curta. Mesmo assim, a gente se esforça para estar por dentro das novidades...

Finalmente consegui escolher um modelo para testar o fio da Fazenda Caixa D'Água que mostrei aqui.

Na verdade eu já havia tricotado um cachecol tipo Baktus (é como um xale triangular, porém mais magrinho e comprido); mas não ficou legal para mim: o fio é bem volumoso, e eu sou baixinha e volumosa, também! Então ficou aquele negócio exagerado enrolado em meu pescoço. Nada a ver! Desmanchei tudo e tricotei então esta golinha:


Bingo! A receita ("Shawl-Collared Cowl", de Alana Dakos) pedia um fio grosso tricotado com agulhas menores, pois a gola não pode ser molenga. A combinação foi perfeita. E o bacana é que o fio passou no teste do "tricota-e-desmancha": fiz várias experiências com agulhas e receitas, e mesmo assim ele se comportou muito bem! E utilizei só metade da meada de 380 metros.

Outro fio que testei recentemente foi o Camelino da Knit One Crochet Too, importado. Ele tem esse nome porque é 90% merino e 10%... camelo! Pois é. Os camelos têm um pêlo meio grosseiro, mas embaixo do tal pêlo há uma outra pelagem suave e fininha chamada "down". A lã cashmere, a mais cara do mundo, é o "down" de um certo tipo de cabra.

Os animais não são tosquiados para a remoção do "down": a pelagem principal é levantada e o down é escovado. Isso gera uma pequena quantidade de fibra - e por isso elas são tão caras. Normalmente não são fabricados fios 100% down: usa-se porcentagens pequenas junto com a lã tradicional para dar mais leveza ao fio.

Euzinha andava curiosa e, aproveitando uma oferta boa no eBay, comprei dois novelos. Eu estava meio incrédula: 10% de down de camelo? Isso faria diferença? 

Fez, sim, e como fez! Acho que nunca tricotei com um fio tão fofinho, tão leve! Quando a gente mergulha na coisa de cabeça acaba curtindo não só o processo de formar os pontos, mas também a sensação de sentir as fibras entre os dedos, sentir o fio deslizando nas agulhas... tricotar as últimas carreiras foi igual a comer a última bolacha do pacote.

Depois fiquei sabendo que o Camelino está sendo descontinuado - por isso o precinho bacana no eBay. Mas há muitos outros similares no mercado para me tentar.

E a peça que tricotei foi este cachecol rendado:



Ficou liiiiindo, e deliciooooooso... o frio aqui já diminuiu bastante - de dia faz até um calorzinho. Mas de noite ainda dá para dar uma desfilada com um modelo assim de ponto mais aberto.

E, agora que o fio diminuiu e já dá para assistir a um filme sem estar debaixo de uma montanha de cobertas, eu voltei a fiar. No momento estou experimentando uma fibra que chegou via correio esses dias:



Comprado no eBay também - 50% merino, 50% tencel (para dar caimento). O nome da cor é "hibiscus". Ai, meu Deus, ela é tão linda! Que responsabilidade! Não posso estragar esse negócio.

Quando pesquiso fibras no eBay nunca deixo de me espantar com a quantidade e variedade de ofertas. Este link - fiz a busca e o site mostrou mais de 600 resultados! - dá uma boa idéia da situação, e prova que lá por fora a fiação artesanal anda de vento em popa:


Mas aqui no Brasil nós vamos chegar lá. E por isso eu e o pessoal da ACAJAL resolvemos apresentar ao público nosso projeto de resgate da utilização da lã de carneiro ainda este ano. Vai ser durante a 4ª Mostra de Patchwork de Pouso Alegre, em outubro. Mas vou falar sobre isso em outra postagem.

Abraços e um bom domingo!

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