terça-feira, 21 de agosto de 2012

Da Água para o Vinho

...ou seria do vinho para a água?

O fato é que a última fibra que andei fiando veio do velo de carneiro que ganhei de um criador aqui da região - já contei esse "causo" aqui. E aqui mostrei a primeira tentativa de fiar essa lã.

Não consegui avançar muito - a fibra é rústica mesmo, difícil de distender para aplicar a torção. Mas saiu esse rolinho como amostra:


Made in Pouso Alegre!

Quem ia acreditar que esse rolinho veio do pacotão encardido que mostrei meses atrás?



Nisso chega pelo correio aquela coisa linda chamada Hibiscus que mostrei na última postagem, e quem ia resistir, né? Pausa no velo do Seu Arlindo, bobina nova na roca, e vamos a fiar a misturinha de merino e tencel:


É simplesmente o extremo oposto: nunca fiei uma fibra tão fácil de distender! A dificuldade aqui é outra: com o velo do Seu Arlindo eu tinha de fazer força para distender a fibra; com esse aqui a mão tem de ser muito leve, para não romper a fibra ao invés de distendê-la. Isso por causa da porcentagem de tencel acrescentada à lã; o tencel é muito sedoso, bem escorregadio e deixa o tecido mais maleável. Como é sintético, o tecido também fica mais forte. Já escrevi aqui que não sou a favor de fibras sintéticas, mas quis testar essa mistura. 

O resultado está ficando lindo - um fio delicado, matizado em tons de rosa, salmão e uns toquezinhos alaranjados (na foto ele parece mais rosa do que é). É interessante fiar a lã que já compramos tingida. As variações de cor são óbvias antes da fiação, mas os tons se mesclam no processo, e criam uma cor indefinível. O resultado sempre surpreende. Essa está indo rapidinho, então logo poderei mostrar mais. 

Até a próxima!

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