terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E janeiro já se foi...

Olá!


Parece incrível que o primeiro mês do ano já se foi! As férias voaram, e nessa última semana, especialmente, o tempo foi curto para escrever aqui porque estive preparando a volta às aulas em meu ateliê de patchwork - preparando a agenda de oficinas, contatando alunas, etc. Mas também posso dizer que janeiro foi produtivo aqui no departamento de fibras - a fiação deslanchou, os carneiros estão brotando do nada aqui em Pouso Alegre, a ACAJAL aprovou meu projeto de introduzir aqui na cidade um artesanato à base de lã de carneiro... estou devendo detalhes sobre tudo isso!


Mas, enquanto não pago as dívidas, pelo menos dou uma satisfação a vocês sobre uma de minhas últimas postagens: o que foi feito do velo de carneiro que ganhei do Seu Arlindo?


Bem... ele continua lá no sacão, e ainda não sei bem se poderá ser aproveitado: lavei um punhado e o resultado foi assim.... bem ruinzinho: A sujeira foi removida e a lã ficou até cheirosinha, mas a qualidade é realmente tão ruim quanto eu já esperava - talvez pior. Pelas conversas que tive com criadores daqui e de Ouro Fino, entendi que já houve na região criação de raças produtoras de lã; mas essas pessoas hoje preferem raças produtoras de carne - o destino da produção é mais certo. Mas conversando a gente se entende, e com o projeto da ACAJAL aprovado tenho certeza de que vamos conseguir que os produtores voltem a ter interesse pelas raças lanadas. Há alguns carneiros mais peludinhos lá no Seu Arlindo - poucos, mas estão lá. Estou aguardando a tosquia, e torcendo para a qualidade da lã ser melhorzinha.


Enquanto não consigo a lã ideal por aqui, vou fiando a que vem de fora e fazendo mais experiências. Essa semana testei uma nova técnica de fiação utilizando lã da raça corriedale, comprada no eBay: escolhi três cores e montei rolags multicoloridos. A fiação a partir de rolags faz com que a lã forme o fio perpendicularmente, e o resultado é mais fofinho, leve e aerado. Essa técnica é conhecida como "woolen". O tipo de fiação que eu havia mostrado antes utiliza as fibras em seu sentido natural - o fio fica mais lustroso e mais compactado, denso: é o tipo "worsted". Ambos os tipos são aceitos - cada qual para seu propósito. Em geral, peças que sofrerão mais atrito precisam de um fio do tipo "worsted". Um suéter tricotado com fio woolen pode ter cotovelos esburacados rapidinho; mas para um cachecol esse fio seria ótimo - a peça ficaria mais leve, gostosa de usar.


Mas o que é um rolag? As fotos explicarão:


1. Três cores de lã penteada foram selecionadas;
2. Desfiei punhados da primeira cor...
3....e depois das outras cores;
4. Enrolei as três cores juntas, alinhadas, para formar o rolag;
5. Rolag pronto;
6. Para fiar, uni a ponta do rolag com a ponta do fio que já estava na roca: 
dá para perceber que as fibras não serão alimentadas pelo comprimento.

O resultado foi um fio matizado bem bonito, que já passei da bobina para o niddy-noddy: 180 metros. Amanhã vou tratar dele para eliminar o excesso de torção, já que não pretendo fazer plying: será preciso mergulhar em água morna com sabão suave, enxaguar e pendurar para secar com um peso. 



Ao lado do niddy-noddy dá para ver uma pilha de fibras soltas, né? São os meus erros! Mas nada se perde - vou utilizar essas fibras para fazer feltragem com agulhas. Depois eu mostro!

Até a próxima!

2 comentários:

Claudia Lamarão Nascimento disse...

Jane, entendo pouquíssimo de tecelagem, mas será que essa lã "mais rústica" não serviria para a tapeçaria e/ou tecelagem. Meu tear e a minha habilidade (torta) estão à disposição, viu?
Beijo

Jane Rotta disse...

Eu ainda tenho essa esperança! Precisamos conversar e trocar esse conhecimento,né? Ainda bem que vou te ver no sábado!